Bem vindos!

Este blog foi feito para narrar algumas das caraminholas de minha cabeça, antes que ela exploda! É um espaço de reflexão, e não de notícias ou de relatos do meu dia... A não ser que eles inspirem algum pensamento diferente!!! Mas leia, e não sinta medo dos textos longos: quem sabe o que pode sair deles? As vezes uma caraminhola na sua cabeça também!!! Só lendo para saber! =D

Muito obrigada pela visita! Fique à vontade: sente-se, tome um cappuccino, coma uns biscoitinhos, leia, reflita...
E VOLTE SEMPRE!!!


A proposito: não se preocupe! A cara mudou, mas o blog continua o mesmo! ;)

sábado, 28 de março de 2009

Teorias!

O senso-comum despreza a teoria. Ninguém gosta de matérias muito teóricas, e se gosta nem sempre admite. Mas elas são importantes. Em primeiro lugar porque, como dizia meu professor de Sociologia, elas orientam nosso olhar pelas coisas. E também porque a maioria do que pensamos é teórico! Não há escapatória! Muahahahahahaha!!!
Todo pensamento humano começou pela simplificação e abstração. Se prestarmos atenção, veremos que não existe na natureza uma linha reta, ou uma circunferência perfeita, apenas o ser humano foi capaz de criá-las. No mundo só há formas que nos lembram essas figuras.
Assim como da simplificação nasce a geometria, eu acredito que qualquer outra teoria também seja reducionista! Partindo para a economia, por exemplo: todas as suas teorias são formuladas em um mercado ideal. Ou na física, em que nós sempre desprezamos a resistência do ar!
Mas as pessoas esquecem um pouco disso nas ciências sociais (ou seja, as que estudam o ser humano e as sociedades). Vemos muita gente acreditando que uma teoria explica piamente a sociedade e seus hábitos. Daí veio a inspiração de post.
O professor da faculdade estava explicando uma teoria social (Bourdieu, no caso) e com os exemplos dele, tudo fazia um sentido perfeito! Mas conforme eu tentava aplicar alguns dos conceitos a minha vida, eu me atrapalhava inteira e não entendia mais nada. Mas, como o meu próprio professor enfatizou, existem sempre as exceções a essas regrinhas, e aí que entra todo meu raciocínio caraminhólico de hoje!
Se ao analisar no outro a teoria é tão perfeita, a exceção vem da análise em nós mesmos! Tudo bem, isso foi só um silogismo:


Teoria perfeita para o "Outro"
+
Existem exceções
+
Não a entendemos em nós mesmos
=
O "Eu" é a exceção!!!!


Bingo!
Maaaaaas.... Espera só um pouquinho! Por quê? Por que "eu" é a exceção? (Digressão mode on: o Aristóteles deveria ter pensado que silogismo não são tão óbvios assim!)
Felizmente para quem ficou com a pulguinha atrás da orelha, eu pensei nisso também.
(
Aviso: a teoria toca em questões polêmicas, com diversas opinões. Mas esse blog é aberto a outras ideias, afinal quando digo que teorias são passiveis de erro, eu incluo a minha!)
Como eu já devo ter dito aqui anteriormente, a visão do mundo que temos é limitada. E a nossa visão do outro também o é! Agora, apesar de não conhecermos totalmente a profundidade de nosso "eu", sabemos que somos muito mais complexos do que os outros nos vêem! E sabemos que qualquer teoria é uma redução perto do tamanho de nossa essência, psique, ego (como você preferir chamar!)...
Mas não é por isso que devemos parar de teorizar! Alias, questionar e tentar achar respostas é inerente ao ser humano, tanto que começamos a fazer isso sozinhos, duvido que alguém simplesmente consiga nos fazer parar!
E você? Qual a sua teoria?

terça-feira, 24 de março de 2009

Filmes Literários e Livros Cinematográficos

Ultimamente, se você reparar nos créditos de filmes, irá nota sempre a nota "Based on the novel..." ¹. Não sei o que acontece em Hollywood ultimamente, mas a maioria dos roteiros de blockbusters são adaptações e livros. Exemplos como Harry Potter, Marley & Eu e Crepúsculo são apenas a ponta de um iceberg capaz de derrubar qualquer Titanic. Mas sem colocar em questão a falta de roteiros originais, mexer com adaptações de histórias já escritas é perigoso.
Primeiro porque cinema e literatura possuem linguagens e recursos diferentes. Enquanto o livro abusa da descrição para suprir a ausência de imagens e sons, o filme pode usar e abusar do colorido e ruidoso. Porém o livro tem a vantagem do "monólogo interior” ² ou do "narrador onisciente" ³ o que permite explorar a mente de cada personagem, algo que os filmes nem sempre conseguem.
Outra questão é que dependendo do livro, a história traz de brinde uma legião de fãs. Se por um lado eles são audiência confiável na estréia, por outro eles formam um público exigente, que já conhece a trama e espera, portanto um trabalho exemplar. Sem contar os fãs lunáticos que querem que o filme conte 'tintim por tintim' o que o livro minuciosamente narra em páginas a fio.
Um outro problema grave é saber se um livro ou conto rende um longa-metragem. Já vi dois problemas do tipo, um pendendo para cada extremo. O primeiro foi com uma adaptação de um conto de Stephen King, “Montado na Bala”, que era pequeno demais para render um filme de uma hora e meia. Resultado: o roteirista teve que ‘encher linguiça’, o que transformou uma história coesa em uma enrolação sem limites. O exemplo oposto poderia ser os filmes do Harry Potter. Ao longo do tempo os livros se tornam cada vez maiores, o que dificulta a síntese em pouco menos de duas horas e meia. Um dos problemas disso é que algumas explicações sobre a trama ficam falhas. Para compensar isso no final, o último filme será dividido em dois.
Nem toda adaptação é ruim se modificar pontos da trama. Como o filme Stardust, ele é completamente diferente do livro quanto ao desfecho. Não vou entrar em detalhes para não estragar a leitura de ninguém, mas contar a minha experiência. Antes desse filme eu costumava dizer que o livro sempre é melhor que o filme. Mas tive que engolir o que eu disse! Vi o filme primeiro, e quando terminei o livro me deu quase um drama existencial (ignorem os exageros!!!). Porque eu havia gostado dos dois, de maneiras diferentes, afinal eles tem tratamentos diferentes.
Acho que o problema de uma adaptação não é ser 100% fiel ao original. Se ela se diz fiel, deve ser coerente e dar boas explicações, mesmo que isso implique mudanças na ordem dos fatos, afinal o filme também atinge os que não leram os livros. Mas se ela pretende ser livre, pode ser criativa, mas o importante é não esquecer que deve ser uma história bem contada.
Enfim, tenho certeza que cada um tem uma opinião sobre esse assunto e seus próprios relatos sobre livros e suas adaptações. Se quiserem compartilhar, é só comentar!

__________________________
¹Baseado no Romance
²Recurso em que o narrador em primeira pessoa relata o que pensa
³O narrador que sabe tudo o que se passa na mente das personagens, além do passado, presente e futuro delas.

domingo, 22 de março de 2009

A Aparência é Essencial

Desde os primórdios da filosofia o ser humano distingue a aparência da essência. Enquanto a primeira é a imagem exterior, o que os outros veem, a última é aquilo que de mais profundo somos, nosso ego, psique, ou como você quiser chamar.
Começa, mais tarde, uma clara oposição entre ambas, de que apenas a essência importa, e o parecemos ser não é nada comparado ao que somos. Mas será que a aparência não é assim tão importante?
Acho que a minha pergunta realmente é: somente a essência passa uma mensagem? A aparência também não pode ter conteúdo? Na natureza, por exemplo, cores fortes são um indicador de que um animal ou planta é venenoso. É como se ele dissesse: "Vem, seu besta, me coma! Mas você vai morrer junto comigo!!! La la la la la la!!!".
Mas e entre os humanos?
Deixando idealismos de lado, na nossa sociedade a aparência importa, e muito! Suas roupas, gestos, tipo de cabelo, tudo o que você vê de uma pessoa é usado para julgá-la. Tudo bem, nem sempre este julgamento é correto, mas ele meio que encaixa as pessoas em categorias, como se as colocássemos em caixinhas etiquetadas. Talvez essa seja uma atitude preconceituosa, mas é útil, e por quê? Em primeiro lugar meio que sabemos o que esperar da pessoa quando a vemos. Sabemos se ela é asseada ou desleixada, se é tímida ou extrovertida. Não só as roupas, como a linguagem corporal e a maneira como a pessoa se coloca no espaço contribuem para isso.
Essa informação da aparência também é dada nas embalagens de produtos. Só que ao invés de dizerem "Cuidado, veneno", elas dizem "Olha como eu sou atrativo! Venha me consumir!".
Acho que essa questão de como algo deve parecer é muito menosprezada pelos intelectuais, mas é importante sim. Investindo na aparência certa, podemos passar a mensagem certa!
Pense nisso! ;)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Maldades....

Hoje em dia todo mundo está com pressa. É uma correria imensa: compromissos inadiáveis, emergências mil, não se tem tempo nem para respirar. Resultado: comemos mal, dormimos mal, respiramos mal, mal conversamos com os outros, mal vemos quem está do nosso lado, mal ouvimos outras opiniões. Ou seja: vivemos mal!!!! Ou será que simplesmente não vivemos?
Com tantas coisas mal resolvidas, também ficamos mal-humorados. O stress impera. Então gastamos o dinheiro que mal ganhamos para compensar: seja em terapias, compras ou com comidas que sabemos que farão mal.
Estamos mal-acostumados! Queremos que tudo saia do nosso jeito, na hora em que precisamos. E quem nos contraria? É porque nos quer mal, não aceitamos um não como resposta. As crianças ficam mal-educadas.
Fofocamos, vivemos a vida dos outros, somos maledicentes. Falamos mal, mesmo que façamos as mesmas coisas. Mal posso acreditar no que nos tornamos: mal-amados. Vamos de mal a pior.

Estilizações à parte, as pessoas de hoje vivem de neuras, deadlines, pressa e stress. Por mais que a gente tente deixar a vida light, essas pressões nos perseguem... Construímos um mundo frenético, que talvez ninguém mais consiga mudar, ou queira. Talvez até sejamos coniventes com ele. Ou esquecemos que nem sempre as coisas foram assim.
Mas se não podemos mudar o mundo exterior, podemos cultivar alguma paz interior. Se tivermos que trabalhar a semana toda, tiremos pelo menos domingo pra descansar! Ou escolha uma parte do dia para ser sua, e esqueça tudo que não seja urgente. Pelo menos é o que eu tento fazer, quando as deadlines não se tornam verdadeiras "linhas da morte". Não dá pra ser eficiente sem dedicar um tempinho a si mesmo. Pelo menos é o que acho.

Hahahahaha.
Achou esse post um tanto "autoajuda" demais? Acho que ele é autocrítico. Não que a auto-crítica não seja um tipo de auto-ajuda. É bom para nós lembrarmos do quão absurdos podemos ser.

quarta-feira, 11 de março de 2009

The Importance of Being Someone*

Há algum tempo atrás, no post sobre Dualismos, eu comentei sobre as pessoas serem multifacetadas e não meras personagens planas nas tramas de suas próprias vidas. Apesar disso, existe muita gente que gosta de viver de estereótipos.
Hein! Como assim? Hahahahaha
Nós humanos somos muito paradoxais! E esse é apenas um dos paradoxos. Apesar de nos dizermos indivíduos, todos queremos ser parte de um grupo custe o que custar (e faço questão de continuar usando a primeira pessoa do plural neste post). Atire a primeira pedra quem nunca escondeu algum gosto ou hábito com medo "do que os outros vão pensar"!
A verdade é que por mais que proclamemos "eu sou mais eu" em alto em bom som, tudo mundo quer fazer parte de um grupo: ser aceito, respeitado e até mesmo amado. Nós somos essencialmente sociais, precisamos da comunicação com outras pessoas, e qual a melhor forma de se aproximar senão a afinidade de gostos, idéias, sentimentos e visões de mundo?
Mas convenhamos que algumas pessoas exageram! E aí vem a estereotipagem (uau! que palavrona!!!). Ou seja, você se focar numa imagem pré-estabelecida, sem abranger outros horizontes com medo da exclusão.
Por exemplo: intelectual que se preze só pode comentar o último debate da metafísica molecular e suas consequências para a sociedade capitalista moderna. Onze entre dez de suas palavras tem mais de cinco sílabas. Se ele assistir Big Brother, ou melhor, confessar que assiste, será um paria.
Em suma, eu não tenho nada contra quem se encaixa em um grupo que é estereotipado, muita gente pode acabar entrando neles por moda, mas muitos outros também realmente gostam do que dizem que gostam. Mas se é seu lado A (como nos antigos LPs), cultive também seus lados B até Z. É super legal você ter outras facetas para mostrar, ou mesmo para esconder e fazer o mistério. O ser humano é amplo demais para ser definido em apenas uma categoria! E essa é a nossa maior beleza!
______________
* Tradução: A importância de ser alguém.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Socorro!!!

Essa semana cheguei a uma grande conclusão, talvez a maior de minha curta vida: o inferno é aqui!!!! Não sei o que ainda estou fazendo em São Paulo?
Tudo começou quando cheguei para o trabalho na Berrini, duas horas mais cedo que a abertura da empresa. O motivo: as vagas! Os estacionamentos estão caros demais e a única forma de se conseguir parar na rua é chegando cedo. Tentei ler um livro, mas estava tão preocupada com a reunião com o chefe que não pude me concetrar. As horas se arrastaram...
Entrei no expediente distraída, e quando o
office boy veio me dar bom-dia que tenho uma taquicardia. Fiquei duas horas na sala de reuniões abafada, ouvindo como o nosso trabalho estava uma m****! Meu chefe chegou a cospir quize vezes na minha direção. Mais tarde fui almoçar no Mc Donald's. Durante o dia devo ter tomado uns três litros de café. Na saída, me assustei com quase todas as despedidas de sopetão.
Finalmente, depois de ficar presa uma hora e meia no trânsito infernal da Marginal Pinheiros, atrás de um caminhão regurgitando CO2 na minha cara (se Deus existe, ele não será aprovado na inspeção veicular), naquele calor de 30°C, tomei uma decisão: vou-me embora!
Como Pasárgada está superlotada, decidi tirar minhas férias acumuladas de dois anos e ir a um pequeno hotel-fazenda próximo de Cornélio Procópio, no Paraná com um nome propício: Fazenda Paraiso!

Continua... ou não!

terça-feira, 3 de março de 2009

Razão e Emoção!

Todo mundo que já estudou um pouco de história no colégio sabe que a razão, nos últimos séculos, tem sido o pilar da sociedade e da filosofia ocidentais! Hoje mesmo, numa aula, o professor defendia que o maior símbolo da Modernidade era o racionalismo. Mas é engraçado como os valores acadêmicos, por assim dizer, se distanciam dos valores das ruas... Já repararam que é mais "bonito" entre as pessoas se falar que se agiu com o coração e não com a cabeça?
Pessoas que são "toda coração" e seguem seus sentimentos são vistas como mais verdadeiras. Já quem segue a cabeça é pré-julgado alguém que quer levar beneficio em tudo! Tanto que quando uma pessoa está em um grande dilema o conselho que todo mundo dá é: "siga seu coração". Atire a primeira pedra quem nunca utilizou essa frase!
Quem usa a razão normalmente pondera todos os lados, analisa prós e contras, debate e escolhe aquilo que melhor lhe convir. Agora ao julgar algo com emoção, quesitos como simpatia ou antipatia e o bem-estar com as implicações da decisão são postos em cheque. É como se quem pesasse tudo apenas com a cabeça corresse o risco de trair a si mesmo.
Não estou defendendo uma ou outra forma de pensar. Eu mesma, muitas vezes, me influencio por essa visão de mundo que valoriza o sentimento. Na verdade, comecei a refletir sobre isso esses dias, e logo pensei "caraminhola a vista!". Agora me lembro que uma vez uma amiga minha estava fazendo um teste (uma coisa bem simples) para ver quem era mais racional e quem era mais sentimental. Quem obtinha o segundo resultado ficava radiante, inclusive eu mesma!
Acho que a chave da questão não está na oposição e sim na união das duas coisas. Quem pensa só pela razão ou só pela emoção está fadado a ser incompleto. Indo mais além, acho que é quase impossível para o ser humano. Nossa visão de mundo está ligada ao que sentimos (tópico que prefiro explorar em outro post). Não dá para julgar sem pensar os prós e contras lógicos e pessoais. Até mesmo o que consideramos lógico é nublado pelos nossos sentimentos, noções e impressões, algo totalmente subjetivo. Mas então... por que toda essa preocupação em ser racional ou emocional? Acho que é porque nós somos simplesmente complexos demais....