Bem vindos!

Este blog foi feito para narrar algumas das caraminholas de minha cabeça, antes que ela exploda! É um espaço de reflexão, e não de notícias ou de relatos do meu dia... A não ser que eles inspirem algum pensamento diferente!!! Mas leia, e não sinta medo dos textos longos: quem sabe o que pode sair deles? As vezes uma caraminhola na sua cabeça também!!! Só lendo para saber! =D

Muito obrigada pela visita! Fique à vontade: sente-se, tome um cappuccino, coma uns biscoitinhos, leia, reflita...
E VOLTE SEMPRE!!!


A proposito: não se preocupe! A cara mudou, mas o blog continua o mesmo! ;)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Simples e Bonito

Falar é uma coisa fácil e difícil ao mesmo tempo. É fácil porque aprendemos naturalmente, basta ter pessoas falantes por perto na infância e ao longo da vida. É difícil porque as palavras nos limitam, para entender os outros, é preciso entender as palavras que ele usa.
Dizem que só passamos a apreender o mundo quando começamos a associá-lo a palavras, ou pelo menos, conseguimos explicar aquilo que apreendemos. Logo, quanto mais palavras você tem, maior o seu mundo se torna. Mas de que adianta ter este grande universo, se talvez nem todos o entenderão, e poderão complatilhar?
Toda essa reflexão começou quando minha mãe comentou comigo que não sabia muito bem o que comentar em alguns textos daqui, por não ter entendido algumas coisas. Eu achei isso tão estranho, afinal eu tento ser o mais simples possível aqui. Esse fato se juntou com uma outra lembrança: como era trabalhoso encontrar palavras simples para ajudar uma aluna com uma resposta. Cheguei à conclusão que todos aqueles que trabalham com texto tendem a enfeitá-lo, numa ânsia por fazer a melhor construção, criar efeitos de linguagem, poesias em prosa, não repetir palavras... E assim temos a sensação de que escrevemos um belo texto. De que somos mestres das palavras e das ideias. De que somos cultos, sabidos, os donos do conhecimento. E eu, simples humana, não escapo dessa tendência vaidosa.
Mas de que adianta escrever algo agradável, se não é acessível? Seria melhor expressar mais coisas para menos pessoas? Ou menos coisas para mais pessoas?
Não são perguntas retóricas, eu realmente não sei respondê-las. Acho que ninguém sabe. Mas, o que podemos fazer é o grande esforço de tentar falar mais com menos, de expressar tudo que queremos de forma clara, objetiva, simples. Seguir a regrinha de ouro de um professor meu: “entre duas palavras, escolha sempre a mais curta e simples”.
Muitas vezes, palavras difíceis escondem mentes vazias, que só tiveram espaço para decorá-las. É só lembrar de Fabiano, do livro Vidas Secas, que, ao tentar falar, se enrolava nas palavras belas que ouvia do seu Tomás da Bolandeira, e não conseguia dizer nada com sentido. Mas esta não é uma regra universal. Pelo menos, eu espero que não seja meu caso.
De qualquer forma, minha nova regra é: mais espaço para as ideias, e menos para os enfeites! Eu vou tentar! Espero conseguir!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Medo dos Porcos

Hoje um professor da faculdade comentou sobre aquela campanha anti-Lula em que a Regina Duarte usava a frase "Eu tenho medo". Isso me lembrou um pouco de outro medo que povoa nossas mentes nesses últimos meses: a gripe suína. (É, eu não ia ser a única a não tocar neste assunto).
Ela começou como uma notícia distante, e logo passou a fazer parte do nosso dia-a-dia de uma maneira escandalosa. Aulas foram adiadas, transtornos foram causados, máscaras foram compradas, e álcoois em gel simplesmente sumiram das prateleiras de farmácias e mercados. Tudo pelo sentimento de terror que esta doença causou.
Pior ainda: agora chovem e-mails decretando a manipulação governamental e midiática: casos estão sendo escondidos de nós! O problema é que ninguém cita fontes, então como confiar? E se isso for verdade, o que será de nós?
Quando as aulas foram adiadas, uma amiga minha comentou algo que me fez pensar: e se tivermos que adiar as coisas indefinidamente, e nunca mais voltarmos a viver? Isso é verdade! Não há sentimento mais castrante que o pânico. E aqui eu preciso diferenciar medo e pânico. O primeiro é um sentimento praticamente essencial para qualquer espécie, ele faz com que a gente não se arrisque em situações críticas, faz parte do instinto de sobrevivência. Já o pânico, para mim, é o medo injustificável ou exagerado de algo. Como é o caso da gripe suína!
Eu acredito que não há motivo para pânico. Por mais irônico que pareça, a melhor forma para se precaver, dita inclusive pelas autoridades, é evitar ser “porco”. Ou seja, fazer o mínimo da higiene existente: conter seu próprio espirro, lavar bem as mãos e não encostar a boca nos bebedouros (prefira os de galão). Coisas pequenas que se deve fazer sempre! Por mais que não existisse a gripe, não se pode passar nos olhos ou boca com a mão que encostou no ônibus, no corrimão ou em qualquer ligar público
Bom, só desejo que o pânico não tome conta de nós, e que as pessoas façam esse básico de higiene! E que todos os porquinhos possíveis, humanos ou virais, sumam para sempre!

Sumiço

Não há nada melhor do que férias para acabar com a sua forma em alguns aspectos... Como a sua forma mental... Dá uma preguiiiiiiiiiça! Por isso que acabei sumindo, nenhuma caraminhola nova surgiu, acabaram as minhas reservas...
Mas agora voltando as aulas a mente volta a pegar no tranco, e novas sinapses voltam a ser feitas! Então, estou oficialmente voltando.

Boas caraminholas =D

Aaaah, antes que eu me esquece, a frase do dia:

"Quando cansamos de falar sozinhos, montamos um blog"
Luis Mauro do Sá Martino (meu professor de Comunicação Comparada)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Palavreado

“Só que bola, papagaio, pião
de tanto brincar se gastam.
As palavras não:
Quanto mais se brinca com elas,
mais novas ficam.”

José Paulo Paes

Eu já falei sobre as palavras aqui antes, há muuuuuuito tempo. Mas hoje vamos retomar esse assunto, que dá sempre pano pra manga!
O mais engraçado das palavras é que de tanto usá-las nos acostumamos com elas. Elas parecem básicas, normais, óbvias demais para repararmos nelas, né? O problema do óbvio é que ninguém reflete sobre ele, e coisas interessantes, e até mesmo desconhecidas podem passar despercebidas. Eu escolhi algumas palavras para comentar, tenho “colecionado” algumas delas há algum tempo, mas se você já tinha percebido o que eu disser aqui que bom! Além disso, eu não fiz nenhum estudo etimológico das palavras, pode ser que a real origem delas nem tenha muito a ver com o que eu disse aqui, mas não podemos negar que faz sentido.

Afeto: Ai está uma palavra que usamos costumeiramente! De acordo com o dicionário: “sentimento de amizade e ternura para com outrem; afeição; amor”. Mas vocês já reparam a semelhança dela com a palavra afetar? Olhem bem, é o mesmo radical! Mais uma vez recorrendo ao dicionário, o verbo afetar é sinônimo de atingir. E realmente, ao sentirmos afeição por alguém, não somos meio que afetados por esta pessoa? O que ela faz ou deixa de fazer sempre tem algo a ver com conosco!

Preocupação: Bom, essa nem precisamos procurar o significado, né? É se preocupar, ter cuidado com alguma coisa. O legal é que se tirarmos o sufixo “pre”, fica a palavra “ocupação”. E lembrarmos que “pré” é algo anterior, a palavra também significa: se ocupar previamente. E realmente, quando estamos muito preocupados com uma coisa, ela ocupa nossa cabeça, às vezes até antes de acontecer mesmo. Essa acredita que alguns já tenham notado, mas é válida, vai?

Ordinário: Esta palavra existe em alguns idiomas: ordinary em inglês, ordinaire em francês, e ordinario em italiano e espanhol. Sua raiz é latina, ordinarius, e significa “aquilo relativo à ordem, usual, costumeiro”. Logo, ordinário simplesmente quer dizer comum. Mas, aqui no Brasil (não tenha idéia como é isso em Portugal), ela tem um outro sentido, pejorativo, que é muito mais usado: aquilo que é vulgar, grosseiro. Eu acho isso tão diferente! É até estranho, já que em inglês se usa muito “ordinary” significando apenas algo comum, mas você tende a ler com o significado nosso mesmo! Mas sem saber, a usamos no sentido original quando adicionamos o prefixo “extra”. Extraordinário é simplesmente tudo aquilo que foge ao comum.

Pensar nessas coisas é extraordinário, viu?
Beijos!