Bem vindos!

Este blog foi feito para narrar algumas das caraminholas de minha cabeça, antes que ela exploda! É um espaço de reflexão, e não de notícias ou de relatos do meu dia... A não ser que eles inspirem algum pensamento diferente!!! Mas leia, e não sinta medo dos textos longos: quem sabe o que pode sair deles? As vezes uma caraminhola na sua cabeça também!!! Só lendo para saber! =D

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A proposito: não se preocupe! A cara mudou, mas o blog continua o mesmo! ;)

sábado, 28 de novembro de 2009

Fugas

Post com a colocaboração especial da Luma, que debateu um pouco o tema comigo, antes de eu escrever. =D
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Todos dizem que a ficção é um escapismo! Claro, não só a ficção, como o entretenimento em geral. Mas, afinal de contas, do que fugimos? O fato de o mundo da fantasia ser mil vezes melhor que a realidade já é um ponto pacífico. Ainda assim, isso não justifica tamanho medo que sentimos da realidade. Seria medo de viver?
Acabei de ler um livro (Vida, o Filme – Neal Gabler) que afirma que o ser humano sempre demandou o entretenimento. Ao invés de aplaudir a arte elitista, que distancia e critica a vida, as pessoas preferiam ser engolfadas pela ficção, de tal forma que o distanciamento do real fosse tão grande que não gerasse mais análise, e sim esquecimento.
Mas eu acho que mais do que um escape, o entretenimento é uma solução! Por alguns segundos, você vive aquilo que você sempre sonhou, o que quer que isso seja: um grande amor, um salto na escala social, a vingança sobre seu chefe ou sobre o cara que já lhe deu uma rasteira. Não importa! Aqueles personagens fazem o que não podemos fazer. É a chamada catarse, personificação do id, dentre muitos outros nomes... Ou, em português claro: a pura e simples realização! O entretenimento terceiriza nossos desejos, assim como os nossos medos.
E aí que reside o grande perigo. É claro que a distração é essencial, sem ela nós estaríamos perdidos, enlouqueceríamos com a realidade nua e crua. Mas se nos abstivermos demais da realidade, isso não se torna a dita alienação? Não nos esqueceríamos do mundo, deixando-o simplesmente como ele é, sem resolver seus problemas?
De acordo com Gabler, esse será o grande debate do século XXI: viver a realidade, ou essa pós-realidade, melhorada na nossa mente? Talvez, como sempre, o caminho certo seja o do meio, do equilíbrio. Ou seja, tentar fazer o máximo possível para melhorar o que julgamos imperfeito, mas, quando chegar no ponto disso nos fazer mal, simplesmente nos colocarmos no papel de espectadores do cinema, sentindo sem sentir, vendo outros caminhos e outras possibilidades, e aguardando pelo final feliz. Deixar-se engolfar, mas sabendo que, como no cinema, essa não é a realidade total. Como uma anestesia, um analgésico, necessário para seguir em frente, corrigindo as incoerências, dando sentido, mesmo que o efeito seja provisório.
No fundo, eu acredito que os realistas têm inveja de não saber usar os “óculos cor-de-rosa”. Por isso querem tirá-los de quem sabe usar, a todo custo, ao invés de tentar aprender.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bacana e real!

O ser humano, por ser um animal complexo, precisa de vários fatores para o seu constante amadurecimento. Em outras palavras: o ser humano é um ator que vive vários papéis e em várias tramas diversas de sua história, fazendo-o versátil.

Tanto precisamos estar inseridos na realidade (pois é invitável), como precisamos de diversão, de sonhos, pois estes são instrumentos que auxiliam o homem no amadurecimento do real. Carpem Diem!